sábado, 30 de junho de 2012

Artilheiro Bacabal se despede e Moto empata com a Seleção do Rio de Janeiro


Foi uma grande dupla festa em São Luis em Março de 2007. A vinda da Seleção Carioca e a despedida do eterno artilheiro e ídolo Bacabal. O Moto Club de São Luis organizou um evento digno das suas tradições e da sua apaixonada torcida. Em campo, mais do que um jogo amistoso, uma prova de gratidão àquele que tanto fez pela equipe motorizada. Bacabal despedia-se de forma oficial dos gramados e nada mais justo do que realizar a sua última partida enquanto profissional pelo clube o qual o artilheiro ajudou engrandecer parte da sua maravilhosa história com gols e feitos históricos. 

Raimundo Nonato Matos de Abreu Silva, o Bacabal, é filho do ex-goleiro Bacabal, ídolo do Papão do Norte nos anos 60. Iniciou a sua carreira no extinto São José, para depois transferir-se para o Maranhão Atlético Clube, onde passou oito anos sem nenhuma conquista, a sua maior frustração enquanto atleta profissional. Chegou em 1990 ao Sampaio Corrêa justamente com a fama de pé frio. Na Bolívia, porém, Bacabal foi bicampeão estadual (1990/91) e artilheiro, com 15 gols em cada ano. Artilheiro de quase todas as equipes por onde jogou, entre eles a Tuna Luso, River (PI), Matsubara (PR), Coroatá e Sport Club Belém, o “Artilheiro de Santo Antônio”, como Bacabal ficou conhecido pelos torcedores maranhenses, sempre destacou o seu amor pelo Moto Club. O sangue rubro-negro, aliás, vinha de família. Chegou ao Papão em 1992 e seria homenageado pelo Presidente José Raimundo Rodrigues na partida entre maranhenses e cariocas.

Bacabal com a camisa do Papão, em 1996

A Seleção Carioca, organizada pelo Sindicato dos Atletas do Rio de Janeiro, chegou a São Luis com dois reforços de grande nome no futebol mundial: o tetracampeão do Mundo nos EUA, Branco, e Jairzinho, o Furacão da Copa de 70. Para a partida amistosa, foram convocados ainda o ex-goleiro do Fluminense e Botafogo, Ricardo Cruz, o campeão mundial em 81 pelo Flamengo, Nunes, o tricampeão mundial em 70, Marco Antônio, além dos atletas Mendonça, Gaúcho, Alfrêdo Sampaio, Gallo, Cláudio Gomes, Celso, Jorginho, Dudu, Igor, Maurício e Júlio César. Pelo lado do rubro-negro maranhense, o amistoso seria a grande atração da abertura da temporada de 1997 do futebol maranhense, após uma excelente participação do Moto Club no Campeonato Brasileiro da Série B em 1996, quando o Papão encerrou a sua participação na oitava colocação. O evento também marcaria a apresentação do novo time do Moto para a temporada. Do elenco do ano anterior, permaneceram apenas os atletas Touro, Da Silva e Pelezinho. A novidade ficava por conta da chegada do artilheiro do Campeonato Maranhense de 1996 pelo Sampaio Corrêa, Vagner Paulista, além dos jogadores Clayton, ex-Sampaio Corrêa, Hélio Maranhense, Zé Filho e César, ex-Paysandu, Jânio, que estava no futebol da Bélgica, e Carlinhos, comprado junto ao MAC.

 Artilheiro Bacabal em sua despedida dos gramados

Antes da partida, houve um grandioso evento no Estádio Castelão, na festiva tarde de domingo do dia 02 de Março de 1997: o desfile de 66 equipes que participarão da I Copa Domingão da Sorte, promovida pela Life, além da apresentação de 650 garotos das escolinhas do Moto – escolinhas de futebol, futebol de salão, handebol, basquete, vôlei, karatê e dança. O artilheiro Bacabal entrou a campo e foi ovacionado por mais de 10 mil motenses que compareceram à sua despedida. O jogador, que utilizou a camisa 9, jogou durante apenas 15 minutos, quando a partida foi interrompida e Bacabal, substituído pelo jogador Santos, deu uma simbólica volta Olímpica acompanhado dos garotos das escolinhas do Moto. Em seguida, recebeu um troféu e uma placa oferecidos pelo clube, entregue pelo ex-presidente do Moto, Cassas de Lima. 

O Rubro-negro maranhense, sob o comando do ex-jogador Rosclin, começou arrasador na partida e deu a largada no marcador logo aos 50 segundos do primeiro tempo com o atacante Clayton, que aproveitou um passe de Zé Filho para marcar 1 a 0 para o Papão. Os cariocas, formados à base de grandes nomes do futebol brasileiro e até mundial, empatou a partida apenas aos 34 minutos, quando Maurício aproveitou uma falha no setor de marcação do Moto e empatou o jogo. Na segunda etapa o time maranhense passou à frente no marcador com um gol de cabeça do estreante Vagner Paulista. Paulo Henrique, porém, decretou o último gol da partida e o empate entre maranhenses e cariocas em 2x2.

sábado, 9 de junho de 2012

Campeonato Maranhense de 1980

Registro raro da final do Campeonato Maranhense de 1980. No vídeo, um belo lance do meia Raimundinho Lopes e a festa motense pelo título, com a invasão no gramado pelo torcedor...


Fabril Athletic Club

Como tava meio que sem tempo de preparar um post novo, vou colocar aqui uma matéria muito boa mesmo que o jornalista Daniel Amorim, do Jornal AQUI-MA, produziu, dando início a uma série de especiais sobre clubes maranhenses... O primeiro é sobre o Fabril Athletic Club, o popular F.A.C, primeiro clube da história do futebol maranhense...

 Escudo do Fabril Athletic Club, o F.A.C.

A série começa no ano de 1906, quando o futebol chegou ao Maranhão trazido por Joaquim Moreira Alves dos Santos, o Nhozinho Santos. Em 1095, ele estudava em Liverpool, na Inglaterra, quando recebeu a notícia da morte do seu pai, Crispim Alves dos Santos, dono da Companhia Fabril Maranhense, conhecida como Fábrica Santa Isabel. No ano seguinte, Nhozinho Santos teve que voltar a São Luis e trouxe experiências da prática do futebol, além de conhecimentos sobre as regras e acessórios relacionados ao esporte, como bolas, chuteiras, equipagens, apitos, etc. Nessa época existiam muitas empresas estrangeiras, com ingleses em seu plantel. Estes acabaram se juntando a Nhozinho Santos para treinar futebol, em um trecho do terreno ao lado da fábrica, onde hoje se encontram a Igreja Universal do reino de Deus e o CEGEL, no Canto da Fabril. Neste momento surgia o Fabril Athletic Club, ou apenas F.A.C., primeiro clube de futebol do Maranhão, que não se restringia apenas ao esporte, pois tinha um cunho social, já que sua sede recebia bailes, matinês, saraus. Além disso, outros esportes, como o boliche, o cricket e as corridas tinham espaço aberto no clube.


Nhozinho Santos ao lado da equipe do FAC. Ao lado, camisa retrô, modelo do primeiro uniforme do Fabril (acervo pessoal do autor do Blog)
 
Interessante é que o “Grêmio Milionário”, como era conhecido o F.A.C. por ser um clube da elite, era dividido em dois times internos: a equipe Red e a Black, que sustentavam grande rivalidade. Mas na frente, há noticia de outros três times dentro da Fabril, chamado de Blue, White e Green, protagonistas de torneios conhecidos como “Intersócios”, mobilizadores de muita gente no Estádio Santa Isabel (hoje extinto). Apesar de cinco times dentro do clube, com cores diferentes, as oficias eram o vermelho, o preto e o branco. A extinção do “Tricolor Fabrilense” começa a se desenhar em 1914, quando uma grave crise econômica na fabrica acaba afetando o clube, que tem as suas atividades, tanto esportivas como sociais, paralisadas. O FAC ressurge em 1916, agora como o nome de Football Athletic Club, que permaneceu na ativa até 1923, ano que marca o fim de uma frente à equipe do Luso Brasileiro.